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Foto do escritorFernando Couto de Magalhães

A Arte dos Hieróglifos

Atualizado: 21 de jun. de 2023

As informações a seguir foram retiradas do curso Pyramids of Giza: Ancient Egyptian Art and Archaeology de Harvard, disponível no EDX e é pago somente se você quiser o certificado. É um curso maravilhoso para todos que são apaixonados por história e pelo Egito Antigo.

A língua egípcia é composta por dois elementos. Os fonogramas, que conseguimos pronunciar, e os ideogramas, que possuem valores visuais. Exemplos de fonogramas que funcionam como letras e sons:

Exemplos de ideogramas: Símbolos com valores puramente visuais. Um olho chorando, um homem velho com um cajado, uma espécie de templo e o sol entre dois montes.

Os textos são formados pela união dos fonogramas com os ideogramas de uma forma relativamente simples e até divertida. Para escrever a palavra GATO, utilizamos os glifos referentes às letras que formam a palavra G-A-T-O e unimos com o ideograma que representa a figura de um gato. Por exemplo:

G + A + T + O + (figura de um gato)

O uso dos ideogramas no final da palavra é muito importante, pois se há uma palavra idêntica a GATO, mas com um significado totalmente diferente, é o ideograma que vai identificar a palavra. Digamos que CACHORRO seja escrito da mesma forma que GATO:

G+A+T+O+(figura de um gato)
G+A+T+O+(figura de um cachorro)

Os ideogramas também ajudam a identificar onde começa e onde termina uma palavra, afinal não há pontuação, vírgulas e ponto final. Abaixo temos a palavra egípcia KHERED que significa CRIANÇA. Os fonogramas da esquerda possuem os sons de H, R, D respectivamente. A seguir é utilizado o ideograma de uma criança chupando o dedo para representar visualmente a palavra KHERED.


Muitos desses fonogramas possuem um som, ou letra. Por exemplo uma coruja é sempre a letra M, um pé é sempre a letra B e etc. No entanto, há tipos de hieroglifos chamados bilaterais que possuem duas consoantes no seu significado, como uma planta que representa as consoantes SW (pronuncia-se "su"). Também há hieróglifos trilaterais, que possuem três letras, como o famoso hieróglifo do BESOURO que carrega as letras H,P,R. Mas essa parte já fica complexa demais, então vamos voltar para a formação básica das palavras, dessa vez dentro de uma sentença.


Em português, assim como em outros idiomas, montamos uma sentença por sujeito, verbo e objeto. No egípcio antigo, o verbo aparece primeiro, seguido pelo sujeito e objeto. Abaixo temos a frase A CRIANÇA VIU AS PESSOAS (plural), e o mais interessante é que conseguimos identificar a frase, mesmo sem compreender os fonogramas.


Nomes seguem a mesma regra que vimos até agora. Normalmente escritos com hieróglifos e acompanhados pela figura de um homem ou uma mulher. Na imagem abaixo conseguimos ver uma placa de entrada de uma tumba ou templo dedicada a Nefer. Mas há apenas a palavra com o nome de Nefer, mas não há um ideograma de um homem no lado direito dos hieróglifos. Mas observe bem, a palavra está ao lado da figura de um grande homem, criando uma relação basicamente artística entre os dois. Sabemos que aquele é o nome do grande homem. Ele é representado artisticamente, como uma pintura ou uma escultura que está na porta da tumba para te receber e ao mesmo tempo serve como ideograma da palavra NEFER.



A identificação dos números em egípcio é relativamente simples, similar à dos números romanos (imagem abaixo). De 1 a 9 se utilizam linhas. 8 linhas representa o número 8. Quando chegamos no número 10 utilizamos esta figura que parece a letra U de ponta cabeça. A linha curvada representa o número 100, a figura parecida com uma planta o número 1.000, o dedo o número 10.000, o animal parecido com um sapo, ou girino o número 100.000, e o homem ajoelhado que representa o deus Heh da eternidade, o número 1 milhão. Não é interessante?



Com essas informações já conseguimos identificar os números nos textos egípcios.



A simetria também é muito importante na escrita egípcia, ela cria harmonização, torna o texto mais fácil de ler, mais elegante e artístico. Muitas vezes trocam-se a posição das "letras" apenas para colocá-las de forma balanceada visualmente, o que é muito interessante.



Da próxima vez que você passar por um museu, ou uma exposição como a do Egito Antigo que acontecerá no Centro Cultural Banco do Brasil em São Paulo a partir do dia 19 de fevereiro (2020), busque identificar os fonogramas, ideogramas, nomes e números nos textos. É divertidíssimo, é cultura, é arte, é história.

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